Anjos

 
Enquanto todas as entidades do Além interagem umas com as outras , oa Anjos constituem um grupo á parte e diferem dos espíritos -Guias de várias maneiras:
 
 
  1. "Os anjos nunca encarnam – mas viveram a vida na forma humana. São extensões directas de Deus, perfeitos e eternamente vivos no Além, à excepção de curtas viagens a esta dimensão para nosso benefício.
  2. Os Anjos não revêm o nosso mapa antes de virmos á Terra, nem têm conhecimento dele durante a nossa vida. Dependendo da dificuldade da vida que escolhemos, recrutam um determinado número de Anjos para zelar pela nossa viagem desde o seu início, mas esse número pode aumentar durante os momentos de maior desespero e maior perigo, bem como nas nossas maiores empreitadas humanitárias e espirituais. É sua missão instintiva ajudar-nos nos momentos mais negros , e é com alegria que assintem e celebram as nossas horas mais felizes. Se quisermos falar de "normalidade" em relação a este tema, eu contacto que o que é "normal" é as pessoas virem a esta vida com dois Anjos recrutados e aumentarrem esse número para quatro ou cinco. Mas vejo cada vez mais pessoas virem á Terra com quatro ou cinco Anjos e rodearem-se de uns dez nos momentos de maior desafio das suas vidas.
  3. Os Espíritos guias e todos os outros espíritos transcendentes são machos ou fêmeas. Mas, na sua forma natural no Além, os Anjos são andróginos, com feições idênticas e belíssimas. A sua cor de cabelo e pele varia, mas parecem todos cintilar com uma luz interior divina.
  4. Como nunca tiveram forma humana, são mais "leves" a nível de estrutura molécular e mais "flúidos" do que os espíritos transcendentes, ao viajarem entre a sua dimensão  e a nossa. Conseguem aparecer fácilmente na Terra e desaparecer num abrir e fechar de olhos.
  5. Todas as pessoas descrevem os seus encontros com Anjos, dizendo que o Anjo apareceu e desapareceu sem dizer uma só palavra. Os Anjos não possuem comunicação verbal, usando, pelo contrário, o conhecimento infundido para comunicarem – a mesma transmissão directa do Espírito Santo com a mente, com a qual DEUS comunica com todas as entidades do Além. "

continua

Autora: SYLVIA BROWNE

Tao Te King

XI
Pag. 23
 
Trinta raios convergem para o meio
mas é o vazio do centro
que faz avançar o carro.
 
Molda-se a argila para fazer vasos,
mas é do vazio interno
que depende o seu uso.
 
Uma casa é fendida por portas e janelas,
é ainda o vazio
que a torna habitàvel.
 
O ser dá as possibilidades,
mas é pelo não ser que as utilizamos.
 
 
 Lao Tse
 
Lao Tse, cujo nome significa "velho mestre", terá vivido na primeira metade do século VI a. C., sendo mais velho que Confúcio duas gerações.
 
Do Livro da Via e da Virtude o Tao Te King
 
 
 

Um guia para a Vida

"…
Nossos dias estão contados. Neste preciso instante, milhares de pessoas estão a nascer, algumas das quais vão viver apenas alguns dias ou semanas e morrer de doença ou de outra causa. Outras estão destinadas a viver um século, talvez mesmo mais do que isso, e a provar tudo que a vidatem para lhes oferecer: o triunfo, o desespero, a alegria, o ódio e o amor. Não se pode saber. Mas quer vivamos um dia ou um século, uma questão subsiste: qual é o sentido da Vida? O que dá sentido à nossa vida?
O sentido da existência é a procura da felicidade. Parece ser do foro do bom senso, e certos pensadores ocidentais, de Aristóteles a William James, concordam com esta ideia. Mas uma existência orientada para a busca da felicidade individual não será inevitàvelmente egocêntrica ou mesmo egoìsta? Não necessáriamente. Com efeito, vários estudos têm mostrado que as pessoas mais infelizes são as mais egocêntricas, associais, rancorosas e mesmo agressivas. As pessoas felizes, pelo contrário, são geralmente mais sociáveis, flexiveis, criativas e estão aptas a suportar as frustrações do dia a dia do que as pessoas infelizes. E , sobretudo , são mais bondosas e generosas do que as pessoas infelizes."
……………………………….
 
Do livro: Um guia para a vida
Dalai Lama
 
Dalai Lama é mais um mestre como outros tantos que admiro em certos conceitos desta realidade que nos cerca; não dou por perca de tempo os minutos que demorei a transcrever uma parte do texto,
 
Joaquim Carlos
 
 
 
 

A cura através das mãos

    POLARIDADE
    O equilíbrio de polaridade energética é um método simples e eficiente usado
para causar um profundo relaxamento curador. É fácil de aprender, sutil,
poderoso, seguro e alegre.
    Empregando as correntes de força vital que naturalmente flui através das
mãos de todos, podemos aliviar e equilibrar a energia de outra pessoa. Enquanto
essa energia está fluindo livremente, experimentamos paz, alegria, amor e saúde.
    Força Vital
    A força vital é uma forma sutil de energia eletromagnética. É a corrente
animadora da vida e uma realidade fisiológica no corpo.
    Através dos séculos, a força vital tem sido rotulada com diferentes nomes
por muitos povos. Não se trata de uma descoberta recente. Cristo a chamou "luz";
os russos, em suas pesquisas psíquicas, chamaram-na energia "bioplásmica";
Wilhelm Reich referiu-se a ela como "energia orgone"; os jogues da Índia
Oriental chamam-na de "pran" ou "prana"; Reichenbach falou dela como "força
ódica"; para os Kaunas, ela é "mana"; Paracelso chamou-a "munia"; o termo comum
chinês é "chi" ou "ki"; manuscritos alquimistas falam de "fluido vital"; Eeman
descreveu-a como "força x"; Bruner chamou-a energia "biocósmica"; Hipócrates
chamou-a "vis medicatrix naturae" (força vital da natureza). Ela também tem
outros nomes, como bioenergia, energia cósmica, força vital, éter do espaço,
etc. E estou certo de que há inúmeros outros. Para simplificar, referir-nos-emos
a ela como força vital, ou simplesmente "a energia".
 
A força vital flui através do corpo como se estivesse seguindo um sistema
circulatório invisível, carregando toda célula no seu caminho. Esta corrente de
energia pode tornar-se enfraquecida e parcialmente bloqueada devido ao cansaço.
A ciência da acupuntura envolve a localização dos pontos exatos onde o bloqueio
ocorre e, usando agulhas, estimula aqueles pontos para restaurar a corrente. No
equilíbrio de energia através da polaridade, as técnicas de toque físico e não-
físico são usadas para mandar energia através de todo o organismo para abrir os
pontos bloqueados. Isto restabelece o fluir natural e o alinhamento da força
vital através do corpo.
    Energia é energia. Não há energia má – somente energia bem dirigida ou mal
dirigida. A polaridade direciona a força vital ao longo do seu caminho natural
para diluir os "nós" de energia causados por excessos emocionais e físicos. A
polaridade é, pois, um relaxamento curador em todos os níveis.
 
 Richard Gordon
 

A Palavra

… Sim Senhor, tudo o que queira, mas são as palavras as que cantam, as que
sobem e baixam … Prosterno-me diante delas… Amo-as, uno-me a elas,
persigo-as, mordo-as, derreto-as … Amo tanto as palavras … As
inesperadas … As que avidamente a gente espera, espreita até que de
repente caem … Vocábulos amados … Brilham como pedras coloridas, saltam
como peixes de prata, são espuma, fio, metal, orvalho … Persigo algumas
palavras … São tão belas que quero colocá-las todas em meu poema …
Agarro-as no vôo, quando vão zumbindo, e capturo-as, limpo-as, aparo-as,
preparo-me diante do prato, sinto-as cristalinas, vibrantes, ebúrneas,
vegetais, oleosas, como frutas, como algas, como ágatas, como azeitonas …
E então as revolvo, agito-as, bebo-as, sugo-as, trituro-as, adorno-as,
liberto-as … Deixo-as como estalactites em meu poema; como pedacinhos de
madeira polida, como carvão, como restos de naufrágio, presentes da onda …
Tudo está na palavra … Uma idéia inteira muda porque uma palavra mudou de
lugar ou porque outra se sentou como uma rainha dentro de uma frase que não
a esperava e que a obedeceu … Têm sombra, transparência, peso, plumas,
pêlos, têm tudo o que ,se lhes foi agregando de tanto vagar pelo rio, de
tanto transmigrar de pátria, de tanto ser raízes … São antiqüíssimas e
recentíssimas. Vivem no féretro escondido e na flor apenas desabrochada …
Que bom idioma o meu, que boa língua herdamos dos conquistadores torvos …
Estes andavam a passos largos pelas tremendas cordilheiras, pelas .Américas
encrespadas, buscando batatas, butifarras*, feijõezinhos, tabaco negro,
ouro, milho, ovos fritos, com aquele apetite voraz que nunca. mais,se viu no
mundo … Tragavam tudo: religiões, pirâmides, tribos, idolatrias iguais às
que eles traziam em suas grandes bolsas… Por onde passavam a terra ficava
arrasada… Mas caíam das botas dos bárbaros, das barbas, dos elmos, das
ferraduras. Como pedrinhas, as palavras luminosas que permaneceram aqui
resplandecentes… o idioma. Saímos perdendo… Saímos ganhando… Levaram o
ouro e nos deixaram o ouro… Levaram tudo e nos deixaram tudo…
Deixaram-nos as palavras.

Pablo Neruda
*Butifarra: espécie de chouriço ou lingüiça feita principalmente na
Catalunha, Valência e Baleares. (N. da T.)

Do livro "Confesso que Vivi — Memórias", Difel — Difusão Editorial — Rio de
Janeiro, 1978, pág. 51, traduzido por Olga Savary, extraímos o texto acima.

Com este texto homenageamos o poeta pela passagem de seu 100º aniversário.

Pablo Neruda, pseudônimo de Neftalí Ricardo Reyes Basoalto, nasceu a 12 de
julho de 1904, em Parral, no Chile. Prêmio Nobel de Literatura em 1971, sua
poesia transpira em sua primeira fase o romantismo extremo de Walt Whitman.
Depois vieram a experiência surrealista, influência de André Breton, e uma
fase curta bastante hermética. Marxista e revolucionário, cantou as
angústias da Espanha de 1936 e a condição dos povos latino-americanos e seus
movimentos libertários. Diplomata desde cedo, foi cônsul na Espanha de 1934
a 1938 e no México. Desenvolveu intensa vida pública entre 1921 e 1940,
tendo escrito entre outras as seguintes obras: "La canción de la fiesta",
"Crepusculario", "Veinte poemas de amor y una canción desesperada",
"Tentativa del hombre infinito", "Residencia en la tierra" e "Oda a
Stalingrado". Indicado à Presidência da República do Chile, em 1969,
renuncia à honra em favor de Salvador Allende. Participa da campanha e,
eleito Allende, é nomeado embaixador do Chile na França. Outras obras do
autor: "Canto General", "Odas elementales", "La uvas y el viento", "Nuevas
odas elementales", "Libro tercero de las odas", "Geografía Infructuosa" e
"Memorias (Confieso que he vivido — Memorias)". Morreu a 23 de setembro de
1973 em Santiago do Chile, oito dias após a queda do Governo da Unidade
Popular e da morte de Salvador Allende.

Beethoven

As Nove Sinfonias Sublimes de Beethoven

 

Beethoven, Óleo sobre tela, J.K.Stieler 1819-20

" BEETHOVEN FOI MAIS DO QUE UM SIMPLES MÚSICO ; ELE FOI UM SUPER-HOMEM… SEU ACERVO DE IDÉIAS CRIATIVAS CAPACITAM-NO A IGUALAR-SE A UM SHAKESPEARE , OU A UM MICHELANGELO NA HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO HUMANA .." DISSE EDMUND BORDEAUX NO SEU LIVRO INTITULADO " LUDWIG VAN BEETHOVEN " .

ESSE GÊNIO MUSICAL NASCEU NUM DOMINGO , 16 DE DEZEMBRO DE 1770 , NA CIDADE DE BONN ( ALEMANHA ) E NÃO É NOSSO PROPÓSITO TRATAR DA INTERPRETAÇÃO DE SEU TEMA NATAL ( HORÓSCOPO ) , MAS VALE A PENA CITAR ALGUMAS NOTAS SOBRE ISTO.

A DIVINA HIERARQUIA ZODIACAL DE SAGITÁRIO , É REPRESENTADA POR UM CENTAURO , METADE ANIMAL , METADE HUMANA , SIMBOLIZANDO DESSA MANEIRA O NOSSO EU INFERIOR ( NATUREZA ANIMAL ), E NOSSO EU SUPERIOR ( NATUREZA HUMANA ) .

BEETHOVEN POSSUÍA TRÊS PLANETAS ( SOL , LUA E MERCÚRIO ) EM SAGITÁRIO , INDICANDO ELEVAÇÃO ESPIRITUAL , QUE ELE "MUSICOU" NA SUA ( ÚNICA ) ÓPERA "FIDÉLIO" , ÓPERA ESTA QUE TRATA DA FIDELIDADE CONJUGAL E DO AMOR VIRTUOSO.

POSSUÍA TAMBÉM TRÊS PLANETAS NO SATURNIANO SIGNO DE CAPRICÓRNIO ( JÚPITER , VÊNUS E PLUTÃO ) , E DURANTE SUA INFÂNCIA FOI ATORMENTADO COM DESGRAÇAS E TRISTEZAS. VIVEU NUM DESESPERADO ESTADO DE POBREZA , RODEADO POR COMPANHEIROS E VIZINHOS INCOMPATÍVEIS COM A SUA GENIALIDADE. FREQÜENTEMENTE DIZIA DE SI PRÓPRIO : "… NÃO TENHO AMIGOS , POR ISSO DEVO VIVER SÓ , MAS SEI DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO , QUE DEUS ESTÁ MAIS PRÓXIMO DE MIM DO QUE DOS OUTROS. APROXIMO-ME DELE SEM MEDO , PORQUE SEMPRE O CONHECI…".

AQUI UMA ADVERTÊNCIA MUITO IMPORTANTE ! ! !

HÁ ( MUITAS ) PESSOAS QUE JUSTIFICAM SEUS DEFEITOS PELA ASTROLOGIA , RESPONSABILIZANDO OS PLANETAS/SIGNOS POR SUAS CONDUTAS DESREGRADAS.

BEETHOVEN POSSUIA QUATRO PLANETAS RETRÓGRADOS ( MARTE , SATURNO , URANO E NETUNO ) , E DURANTE SUA VIDA COMPÔS 07 CONCERTOS , 16 QUARTETOS , 32 SONATAS , DUAS MISSAS , UMA ÓPERA ETC..

SEUS TALENTOS E GENIALIDADE , TORNARAM-SE EVIDENTES DURANTE AS PRIMEIRAS APRESENTAÇÕES DE BEETHOVEN EM VIENA , ÁUSTRIA , NO ANO DE 1795 , QUANDO TOCOU EM SEU PRÓPRIO PIANO O CONCERTO EM SI BEMOL MAIOR. SEU GÊNIO INTERIOR CONTRASTAVA DE MANEIRA EVIDENTE COM SUA APARÊNCIA EXTERNA : COM A FIGURA E MANEIRAS GROTESCAS E SUAS VESTES ESTRANHAS. FOI ISTO JUSTAMENTE QUE MOTIVOU MUITOS ARISTOCRATAS PERFUMADOS , A REFLETIR SOBRE ELE: "…GRANDE DEMAIS PARA SER IGNORADO , POBRE DEMAIS PARA SER RESPEITADO E MUITO EXCÊNTRICO PARA SER AMADO…"

AOS HOMENS ERUDITOS , ENTRETANTO , BEETHOVEN FOI APRECIADO DE MANEIRA DIFERENTE. UM BOM EXEMPLO É ENCONTRADO EM JOHAN HERDE EM SEUS ESTUDOS SOBRE A HISTÓRIA DA HUMANIDADE , EM QUE ELE DIZ ; "…. DEUS AGE NA TERRA ATRAVÉS DOS HOMENS EVOLUÍDOS.."

NO LIVRO DE ERNEST NEWMAN , " O INCONSCIENTE DE BEETHOVEN " , O COMPOSITOR FOI LEMBRADO ENQUANTO DESCREVIA SEU MÉTODO DE TRABALHO A UM AMIGO : "…EU CARREGO MINHAS IDÉIAS COMIGO POR LONGO TEMPO , ANTES E COLOCÁ-LAS EM PAUTA. A MINHA MEMÓRIA É TÃO APURADA , QUE TENHO CERTEZA DE NÃO ESTAR ME ESQUECENDO DE NADA ; MESMO NO DECORRER DE VÁRIOS ANOS , SE UM TEMA ACONTECE , EU O ALTERO MUITAS VEZES , ATÉ FICAR SATISFEITO E ENTÃO COMEÇA NA MINHA CABEÇA O TRABALHO DE ALARGAR , ESTREITAR , ELEVAR E APROFUNDAR ; EU VEJO EM MINHA MENTE O QUADRO EM TODA A SUA EXTENSÃO , COMO UMA ÚNICA PROJEÇÃO , E NADA MAIS HÁ PARA SER FEITO , SENÃO ESCREVÊ-LA…"

FOI COM ESTE MONUMENTAL MÉTODO QUE BEETHOVEN FOI CAPAZ DE COMPLETAR A GIGANTESCA TAREFA DE ESCREVER AS NOVE SINFONIAS.

O CLIMAX DOS TRABALHOS DA VIDA DE BEETHOVEN FOI ALCANÇADO COM AS SUAS SINFONIAS. COMEÇOU A PRIMEIRA DELAS QUANDO O MUNDO ESTAVA ADENTRANDO OS PRIMÓRDIOS DO SÉCULO XIX , SENDO A PRIMEIRA SINFONIA ESCRITA EM 1802.

ESTAS NOVE SINFONIAS ESTÃO DIVIDIDAS EM DOIS GRUPOS ; COMO UMA INTERPRETAÇÃO MUSICAL DOS GRAUS INICIÁTICOS.

A PRIMEIRA , TERCEIRA , QUINTA E SÉTIMA SINFONIAS SÃO VIGOROSAS , PODEROSAS E DE COMANDO , TÍPICAS DAS CARACTERÍSTICAS MASCULINAS , CENTRADAS NA CABEÇA OU SEJA , O INTELECTO.

CONTRASTANDO , A SEGUNDA , QUARTA , SEXTA E OITAVA SINFONIAS , SÃO ELEGANTES , TERNAS , GRACIOSAS E BELAS, TÍPICAS DA CARACTERÍSTICA FEMININA , CENTRADAS NO CORAÇÃO , OU SEJA A INTUIÇÃO .

CONFORME O ASPIRANTE PASSA PELOS VÁRIOS DEGRAUS INICIÁTICOS DESSES MISTÉRIOS , ELE APRENDE A EQUILIBRAR MENTE / CORAÇÃO.

ESTE É O PERFEITO ELO DO CASAMENTO MÍSTICO , E ESTE BELÍSSIMO RITUAL , BEETHOVEN DESCREVE NA SUA NONA SINFONIA.

ALGUNS HISTORIADORES DA MÚSICA , SUSTENTAM QUE BEETHOVEN INSPIROU-SE NA OBRA LITERÁRIA "ODE A ALEGRIA" DO POETA , DRAMATURGO E FILÓSOFO FRIEDRICH VON SCHILLER ( 1759-1805 ) ,

SUGERIMOS AO LEITOR ACOMPANHAR ESTES ESTUDOS DAS NOVE SINFONIAS DE BEETHOVEN , COM O DIAGRAMA 18 / CONSTITUIÇÃO DA TERRA , NA OBRA BÁSICA DA FRATERNIDADE ROSACRUZ ; " O CONCEITO ROSACRUZ DO COSMOS " .

A PRIMEIRA SINFONIA

CADA SINFONIA POSSUI SUA PRÓPRIA NOTA-CHAVE E A CORRELAÇÃO COM OS DEGRAUS INICIÁTICOS DOS NOVE MISTÉRIOS ( OBSERVAR AS CAMADAS DA TERRA NO DIAGRAMA 18 DO CONCEITO ROSACRUZ DO COSMOS ) .

ESSAS SINFONIAS AINDA TÊM SUA PRÓPRIA NOTA-CHAVE ESPIRITUAL. COMEÇANDO COM A PRIMEIRA SINFONIA , SUA NOTA-CHAVE É O PODER E É REPRESENTADO POR UMA COLUNA NO ALTO , À DIREITA – O PRIMEIRO SÍMBOLO DA DIVINDADE , COMO FOI ADORADO PELO HOMEM PRIMITIVO , NOS PRIMÓRDIOS DA CIVILIZAÇÃO . PODE-SE DIZER TAMBÉM , QUE O NÚMERO UM SIGNIFICA O EGO , O INDIVIDUAL , CUJO PROPÓSITO DIÁRIO – ATRAVÉS DA EVOLUÇÃO , É MANIFESTAR SUA DIVINDADE INTERIOR. O MISTÉRIO ESPIRITUAL DA PRIMEIRA SINFONIA ENVOLVE A TERRA FÍSICA E OS SEGREDOS OCULTOS DE SEU LONGO PASSADO NO DESENVOLVIMENTO EVOLUTIVO. ESTA SINFONIA , NA SUA MAJESTADE , DESCREVE A TREMENDA TRANSFORMAÇÃO DA TERRA , E NOS SEUS QUATRO MOVIMENTOS , É COMO SE O COMPOSITOR ESTIVESSE TRANSPORTANDO PARA A MÚSICA AS LUZES CRIATIVAS DE DEUS.

( EXTRATO MINERAL )

SEGUNDA SINFONIA

A SEGUNDA SINFONIA , TEM POR NOTA- CHAVE ESPIRITUAL O AMOR. O NÚMERO DOIS É O "PRINCÍPIO MATERNO DE DEUS ".

ESSE PRINCÍPIO FEMININO MANIFESTA-SE COMO "AMOR SUPREMO " , A VIBRAÇÃO QUE ANIMA INTEIRAMENTE A SEGUNDA SINFONIA , TRANSMITE A MÚSICA TAL BELEZA E TERNURA , QUE MUITOS SIMPATIZANTES DESTA SINFONIA DECLARAM-NA A MAIS BELA DE TODAS. ATRAVÉS DO SEGUNDO MISTÉRIO , O ASPIRANTE APRENDE OS SEGREDOS DOS ÉTERES QUE RODEIAM A TERRA. ESTES ÉTERES TEM MUITO A FAZER COM OS SEGREDOS QUE ENVOLVEM OS SERES QUE HABITAM ESTE REINO, TAIS COMO OS ESPÍRITOS DA NATUREZA , OS RESPONSÁVEIS BELO EMBELEZAMENTO DA TERRA. E POR ESTE MISTÉRIO QUE PASSANDO AO REINO ETÉRICO E AO SEU INTERIOR , ESTUDAM-SE OS MISTÉRIOS DAS FLORES E PLANTAS.

( EXTRATO FLUÍDICO / REGIÕES QUÍMICAS E ETÉRICA DO MUNDO FÍSICO )

TERCEIRA SINFONIA

COM A UNIÃO DO PODER ( PRIMEIRA SINFONIA ) E DO AMOR ( SEGUNDA SINFONIA ) , A TERCEIRA NOTA-CHAVE ESPIRITUAL TORNA-SE UMA PERFEITA LIGA DE FORÇA. BEETHOVEN FOI CAPAZ DE TRAZER À SUA TERCEIRA SINFONIA UM TEMA DE SUPREMA LUTA QUE ENFRENTA CADA SER HUMANO E A DERRADEIRA VITÓRIA DO PODER DO ESPÍRITO. ESTA LUTA DO HOMEM É REPRESENTADA NO TERCEIRO MISTÉRIO , QUANDO O ASPIRANTE EXPERIÊNCIA O MUNDO DOS DESEJOS. É ALI QUE ELE COMEÇA A ENTENDER A ESTREITA RELAÇÃO ENTRE O HOMEM E O PLANETA EM QUE VIVE. ELE APRENDE O PERIGO DE SUA DESREGRADA NATUREZA DE DESEJOS COM A QUAL ELE INFLUENCIA E UTILIZA CERTAS FORÇAS SINISTRAS INTERNAS CORRESPONDENTES ÀS CAMADAS DA TERRA. BEETHOVEN DESCREVE QUE APENAS AQUELE QUE ATINGIU O COMPLETO DOMÍNIO DE SI PRÓPRIO , PODE ENTRAR E INVESTIGAR O MUNDO DOS DESEJOS DA TERRA.

( EXTRATO VAPOROSO / MUNDO DE DESEJOS )

QUARTA SINFONIA

A ADIÇÃO DA FORÇA À COMBINAÇÃO DO VALOR VIBRATÓRIO DO PODER DO AMOR , TRAZ O RESULTADO DE UMA EMANAÇÃO FEMININA CHAMADA BELEZA QUE É A NOTA- CHAVE DA QUARTA SINFONIA DE BEETHOVEN. ONDE QUER QUE HAJA AMOR ESPIRITUAL EXISTE TAMBÉM HARMONIA. A QUARTA SINFONIA É DESCRITA MUITO BEM COMO "A SINFONIA DA FELICIDADE " E SEUS QUATRO MOVIMENTOS SÃO IDENTIFICADOS COMO "AS QUALIDADES DE SERENIDADE , FELICIDADE , BELEZA E PAZ ". COMO O TERCEIRO MISTÉRIO ESTA RELACIONADO COM AS CONSEQUÊNCIAS DA NATUREZA DO DESEJO , O QUARTO MISTÉRIO RELACIONA-SE À ESPIRITUALIZAÇÃO DA MENTE. NO REINO DO PENSAMENTO CONCRETO – LOCALIZADO NA QUARTA CAMADA DA TERRA – O CANDIDATO À APRENDIZAGEM DESTES MISTÉRIOS APRENDE A USAR O PODER DO PENSAMENTO CONSTRUTIVO/CRIATIVO E A REALIZAÇÃO DE QUE POR ESTE MEIO , ELE CONSTROI SUA PRÓPRIA VIDA.

( EXTRATO AQUOSO / REGIÃO DO PENSAMENTO CONCRETO )

QUINTA SINFONIA

" BEETHOVEN ENFRENTA AS ONDAS DO MAR E PERMANECE NO LEITO DO OCEANO QUE PÁRA AS NUVENS NO SEU CURSO , DISPERSA AS NÉVOAS E REVELA O PURO AZUL DO CÉU E A FACE ESCALDANTE DO SOL " . SÃO PALAVRAS DE RICHARD WAGNER ( 1813-1883 ) AO DESCREVER A GIGANTESCA ENERGIA DO PRIMEIRO MOVIMENTO DA QUINTA SINFONIA.

CADA UMA DAS QUATRO PARTES DESTA SINFONIA, REPRESENTA UM DOS QUATRO ELEMENTOS DA NATUREZA ; FOGO , AR , ÁGUA E TERRA. ESTA SINFONIA CANTA A CANÇÃO DESTES ELEMENTOS COM INTENSIDADE E PODER. COM A NOTA-CHAVE DE LIBERDADE , A QUINTA SINFONIA É MELHOR CONHECIDA COMO " SINFONIA DA VITÓRIA " E TEM A INTERPRETAÇÃO ESPIRITUAL DA CONQUISTA DO EU INFERIOR. DURANTE ESTE QUINTO MISTÉRIO , É ENSINADO AO ASPIRANTE LER NA MEMÓRIA DA NATUREZA OS REGISTROS DAS VIDAS PASSADAS E O TRABALHO DOS ÁTOMOS SEMENTES , NO MUNDO DO PENSAMENTO ABSTRATO .

( EXTRATO GERMINAL / REGIÃO DO PENSAMENTO ABSTRATO )

SEXTA SINFONIA

UM HINO SUBLIME À NATUREZA , É A DESCRIÇÃO DA EXPRESSÃO MUSICAL DESTA SINFONIA. COM A NOTA- CHAVE DA UNIFICAÇÃO , O SÍMBOLO DA SINFONIA É CORRELACIONADO COM A DIVINA HIERARQUIA ZODIACAL DE VIRGO . ESTE SIGNO FEMININO PERTENCE À TRIPLICIDADE TERRESTRE E LIGADO À MÃE NATUREZA , EXPRESSANDO " O SERVIÇO POR MEIO DA TONALIDADE DA BELEZA ". O MOTIVO MUSICAL É TAMBÉM CARACTERIZADO POR ESSES ATRIBUTOS. A NOTA-CHAVE DA UNIFICAÇÃO É FIRMEMENTE LIGADA AO NÚMERO SEIS , QUE EXPRESSA LUZ , AMOR E BELEZA. NO SEXTO MISTÉRIO O ASPIRANTE PENETRA NO MUNDO DA CONSCIÊNCIA CRÍSTICA , ONDE TODO SENSO DE SEPARATIVIDADE JÁ FOI TRANSCENDIDO E A VERDADEIRA UNIVERSALIDADE DE TODA A VIDA REALIZA-SE.

A SEXTA SINFONIA DE BEETHOVEN , TAMBÉM É CONHECIDA COMO "SINFONIA PASTORAL ".

( EXTRATO ÍGNEO / MUNDO DO ESPÍRITO DE VIDA )

SÉTIMA SINFONIA

EXALTAÇÃO É A NOTA-CHAVE DESTA BELISSÍMA SÉTIMA SINFONIA , COM O NÚMERO SETE REPRESENTANDO O FECHAMENTO DE UM CICLO , EM TERMOS DE DURAÇÃO DE TEMPO.

O TRÍPLICE ESPÍRITO ELEVA-SE TRIUNFANTEMENTE SOBRE OS QUATRO ELEMENTOS DA MATÉRIA. FRANZ LISZT ( 1811-1886 ) VIU NA SÉTIMA SINFONIA UMA "APOTEOSE À DANÇA ". NO SÉTIMO MISTÉRIO , O ASPIRANTE TORNA-SE CIENTE DO SÉTIMO EXTRATO DA TERRA , CONHECIDO COMO EXTRATO REFLETOR , E QUE ESTA INTIMAMENTE LIGADO AO MUNDO DO ESPÍRITO DIVINO. É NESTE REINO QUE A TERRA REAGE ACURADAMENTE AOS PENSAMENTOS E DESEJOS DO HOMEM. PODEM SER IGUALMENTE CONSTRUTIVOS E DESTRUTIVOS E RELACIONADOS COM À LEI DE CAUSA E EFEITO. POR ISTO É IMPORTANTE SABER QUE O HOMEM É UM SER DE CONSTITUIÇÃO SÉTUPLA ; O TRÍPLICE ESPÍRITO É LIGADO AO TRÍPLICE CORPO PELA MENTE. O PRINCIPAL PROPÓSITO DA PEREGRINAÇÃO DO HOMEM PELA TERRA , É CAPACITAR O TRÍPLICE ESPÍRITO A TRABALHAR SOBRE O TRÍPLICE CORPO A FIM DE REFINÁ-LO , ESPIRITUALIZANDO OS CORPOS INFERIORES E TRANSMUTÁ-LOS PARA QUE A ALMA POSSA USÁ-LOS AMOROSA E DESINTERESSADAMENTE.

( EXTRATO REFLETOR / MUNDO DO ESPÍRITO DIVINO )

OITAVA SINFONIA

CHAMADA DE " ÉPICO DO HUMOR " , E DESCRITA POR ALGUNS COMO " A SINFONIA QUE CARREGA A IMPRESSÃO DA DIVINDADE " , ESTA SINFONIA TEM A NOTA-CHAVE DA HARMONIA. É UMA SINFONIA QUE EXPRIME ALEGRIA COM FANTÁSTICO HUMOR . UM LUMINOSO E DIVERTIDO ESPÍRITO DE FELICIDADE ESPALHA-SE POR ELA. O TRABALHO EXALTADO DO OITAVO MISTÉRIO , É EXEMPLIFICADO NA SUA MELODIA , QUE É DELICADA , BELA E PREENCHIDA DE CERTA VIBRAÇÃO MÍSTICA QUE PARECE CANTAR A HABILIDADE DE ACALMAR OS ÍMPETOS DA TEMPESTADE QUE REMOVE MONTANHAS DE SEUS LUGARES. ESSES MISTÉRIOS ESTÃO NA ESFERA CELESTIAL RELACIONADO OCULTAMENTE AO MUNDO DOS ESPÍRITOS VIRGINAIS. TEMOS ESTUDADO NA FRATERNIDADE ROSACRUZ , QUE DEUS DIFERENCIA DENTRO DE SI MESMO AS DIVERSAS ONDAS DE VIDA , PARA – EM SUAS JORNADAS EVOLUTIVAS – ALCANSAREM ELEVADOS ESTÁGIOS ESPIRITUAIS.

( EXTRATO ATÔMICO / MUNDO DOS ESPÍRITOS VIRGINAIS )

NONA SINFONIA

ESTA É A SINFONIA QUE REPRESENTA O EQUILÍBRIO PERFEITO ENTRE MENTE E CORAÇÃO , CONHECIDA COMO CASAMENTO MÍSTICO , E NESTE SUBLIME RITUAL BEETHOVEN DESCREVE UMA CONSUMAÇÃO ( CONSUMATUN EST ) ; O DESPERTAR DO CRISTO INTERNO NO ASPIRANTE , QUE AGORA PASSA A SER UM ADEPTO.

ESTA É A ÚNICA DAS SINFONIAS DE BEETHOVEN QUE POSSUI CORAL , VOZES HUMANAS !

( EXPRESSÃO MATERIAL DO ESPÍRITO TERRESTRE / MUNDO DE DEUS

Filosofia Rosa Cruz

Filosofia


A Árvore da Vida

A árvore da Vida, de que fala a Bíblia, é a mesma coisa que a pedra filosofal dos alquimistas? Em parte. Para compreender o assunto é necessário retroceder na História da Humanidade.

Houve tempo em que a Humanidade era bissexual e cada um dos seus membros podia gerar corpos sem ajuda de outro.

Porém, quando foi necessário formar um cérebro, para que o espírito pudesse criar por meio do pensamento, metade da força sexual foi retirada, para se construir com ela o órgão do pensamento. Tornou-se então necessário a cada ser humano, procurar a cooperação de outro que tivesse o polo contrário. Como antes da separação dos sexos, os seres humanos ainda não tinham cérebro e os seus olhos ainda não estavam abertos, viviam inconscientes no Mundo Físico e não se podiam guiar por si mesmos. Por isso, os Anjos juntavam-nos em certas épocas do ano, quando as forças planetárias eram propícias à realização do acto gerador, como um sacrifício religioso, no qual davam parte dos seus corpos para gerar veículos para outros espíritos. Nesse simples contacto o espírito atravessava por um momento o véu da carne e Adão conheceu a sua esposa.

(…)

Os precursores da Humanidade dessa época notaram também que os corpos morriam; por isso, começaram a preocupar-se com a maneira de substitui-los. A solução deste problema foi dada por certa classe de espíritos, saídos dentre os Anjos, e que eram uma espécie de semi-deuses. Estes espíritos, também chamados lúciferes, ou dadores da luz, iluminaram a Humanidade nascente, mostrando-lhes que podia gerar corpos em qualquer altura. Desde então os corpos foram gerados sem terem em conta as condições planetárias e por isso o parto passou a ser acompanhado com dor, como profetizara o Anjo e daí por diante produziram-se corpos inferiores. Então, os Anjos ensinaram à Humanidade como deviam construir corpos de crescente e gradual perfeição entre a morte e o novo nascimento. Se o Homem nesse afastadíssimo passado tivesse aprendido a renovar o seu corpo vital, como se lhe ensinou a construir o seu corpo denso, a morte teria sido impossível e então seria imortal como os deuses; mas como era ainda um ser imperfeito, também seriam imortalizadas as suas imperfeições, e o progresso, a evolução, seria impossível.

(…)

Nesta peregrinação contínua entre a vida e a morte, chegará o tempo em que o Homem estará pronto para possuir os poderes da Vida. Só então o seu corpo se purificará e o tempo de Vida terrena será muito maior. Só então encontrará a pedra filosofal, ou elixir da Vida. Os alquimistas procuraram obter esse veículo puro e santo, mas não foi da maneira como supõe a maior parte dos ignorantes, segundo processos químicos, em laboratórios. A nomenclatura que deu essa impressão foi necessária porque viviam numa época em que uma igreja dominadora os arrastaria para a morte se conhecessem a verdade. Quando diziam que tratavam de transformar os metais pobres em ouro, diziam a verdade, não só no ponto de vista material como no espiritual. O ouro foi sempre o símbolo do espírito. E esses alquimistas tratavam de tratar os seus corpos, que eram de natureza inferior, e transmutá-los em corpos superiores e espiritualizados, pela sublimação dos instintos.

Sempre se empregaram os símbolos para designar o poder da pureza. No Antigo Testamento fala-se no templo de Salomão, que se construiu sem ruído de martelos. O mais formoso ornamento dele era o mar fundido, que Hirão Abiff, o construtor, conseguiu, pela transformação de todos os metais da terra, tornando-os tão transparentes como o cristal! Também no Oriente o Iniciado procura converter-se numa alma diamantina, pura e transparente. Aí, a Pedra Filosofal é o símbolo duma alma purificada, saída dos corpos que se foram transformando e espiritualizando, O corpo da alma que peca, morre, mas o da alma pura, será imortal mediante o elixir da vida, a “Árvore da Vida”, convertendo-se num corpo vital que durará milénios como veículo do espírito.

(…)

Quando abusa dele, isto é, quando o usa para satisfazer os sentidos, como um vício, com ou sem matrimónio legal, então peca contra o Espírito Santo. Esse pecado tem de ser expiado. A humanidade está actualmente sofrendo por causa desse pecado. Os corpos débeis, as enfermidades que nos assaltam, foram causados por centenas de abusos; e, enquanto não aprendamos a dominar as nossas paixões, não haverá saúde perfeita na raça humana.

Nascemos de pais que satisfizeram as suas paixões em qualquer momento e de qualquer modo, sem o devido respeito pelo seu semelhante. Por isto sofremos, e estamos lançando as mesmas enfermidades sobre os nossos filhos de geração em geração, seguidos de sofrimento e tristezas, até que compreendamos que a criança tem de nascer bem, porque tem esse direito, assim como tem de receber os cuidados devidos e ter as necessárias condições físicas durante o período subnatal.

(Resumo do texto publicado)

 

Max Heindel
in Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas
II Vol.

Trad. Maria do Céu

 

Revista Rosa  Cruz

edição/dez/2007

Júlio Verne

Julio Verne

Pierre Devaux, falando acerca de profetas e inventores, declarou que “a invenção de um espírito genial nada mais é que simples acaso para as pessoas profanas”.

Todos sabemos perfeitamente bem que o acaso não existe senão na mente daqueles que só admitem a matéria; fora dela, portanto, tudo o mais é pura fantasia.

“Newton, observando a queda de uma maça, descobre a atração universal; Galileu contempla um lampadário que oscila na catedral de Pisa e concebe o isocronismo; Zenóbio Gramme, simples carpinteiro de corrimões, constrói, inadvertidamente, op primeiro induzido de dínamo”, e poderíamos citar muitos outros desses presumidos acasos.

“O fato porém, é que milhares de pessoas viram cair frutos maduros e não imaginaram a gravitação; Gourdin, em 1667, Wiskroen, no século XVIII, e Romagnosi, em 1802, observaram efeitos eletromagnéticos e não descobriram o magnetismo.  Galvani, favorecido uma segunda vez pelo acaso, no famoso terraço do palácio Zamboni, não inventa a pilha.  O grande Ampére não se apercebe das correntes engendradas no decurso das suas experiências e deixa ao seu rival inglês Faraday – antigo operário encadernador – a glória de descobrir a indução.”

A força da invenção reside somente no Espírito já devidamente preparado, Espírito que retorna à Terra para executar determinada missão para a qual se preparou, de maneira que, chegado o momento decisivo para que ele ponha em execução a sua tarefa, algo que para outros é puro e simples acaso, serve-lhe, no entanto, para despertá-lo, para concitá-lo ao cumprimento de seu dever.

Em quem não estiver convenientemente preparado para revelar ao mundo certos e determinados conhecimentos, o acaso não exercerá qualquer influência.  E diz Pierre Devaux:

“Penetrando na intimidade concreta dos grandes inventores, verificamos a existência de vários tipos de invenções, correspondentes à diversidade viva dos seres.  E esta história da invenção humana, este belíssimo capítulo que ornamenta,  como um frontispício o grande livro da Ciência, é, sem dúvida, um dos mais emocionantes do Humanismo.”

Julio Verne, por exemplo, não foi um cientista, não foi também um descobridor, mas foi, realmente, um agitador de idéias, um prodigioso animador que fecundou um século inteiro, foi, a nosso ver, o profeta das grandes e extraordinárias descobertas, muitas das quais estão hoje revolucionando o mundo.  Ele iguala-se a todos os demais profetas de que a História nos fala, com a diferença, porém, que suas profecias giraram, apenas, em torno de descobertas cientificas.

Que toque divino, pergunta Waltz Junior, fez Julio Verne adiantar-se ao século, concebendo coisas que começam, agora,  a ser objeto de experimentações práticas ou de estudos teóricos como, por exemplo, a desintegração do átomo ou a redução da química à física interatômica?

Esse toque divino, o Espiritismo o explica de maneira cabal, através das vidas sucessivas e do psiquismo.

As viagens interplanetárias constituem hoje em dia assunto permanente, e grandes passos já estão sendo dados com o fito de se fazerem viagens à Lua (Esse trabalho foi concluído em 1961).

Riram-se, sem dúvida alguma, os cientistas do tempo de Julio Verne, quando ele escreveu o extraordinário romance “Da Terra à Lua”, sobre o foguete lunar que seria lançado por meio de um canhão de nove pés de calibre.

A América do Norte ainda há bem pouco tempo maravilhou o mundo com a viagem do “Nautilus”, submarino atômico que viajou sob a calota do Pólo Norte.  E por que deram a esse primeiro submarino atômico o nome de “Nautilus”?  Pelo simples fato de haver Jules Verne, em 1870, com seu romance: “Vinte Mil Léguas Submarinas”, arquitetado o “Nautilus”, o herói dessa cruzada.  A explicação dada pelo romancista-profeta acerca desse seu submarino era simples e completa.

Deus, em sua infinita misericórdia, a fim de possibilitar o nosso progresso, permite o ingresso, no convívio da Humanidade, de Espíritos que, não obstante se nos apresentarem como simples e modestas criaturas, possuem, todavia, vasto cabedal de conhecimentos que escapam inteiramente à capacidade intelectual e cientifica dos homens de sua época.  E, assim, ao lançarem suas idéias, elas são desde logo consideradas simples fantasias que jamais se concretizarão no campo das realizações.  A verdade é que essas supostas fantasias, com o correr dos anos, se transformam em palpitantes realidades.

Os grandes profetas, como registra a História, são sempre olhados como loucos, visionários, lunáticos!  Suas idéias, porém, ficam, apesar de tudo, e mais hoje, mais amanhã, frutificam.

Julio Verne foi um profeta da ciência moderna; suas obras literárias são uma eloqüente confirmação desta nossa afirmativa.

Ele não podia compreender, de forma alguma, por que os homens se guerreavam e friamente cortavam o fio da vida de seus próprios semelhantes.  Matar era um vocábulo que lhe causava calafrios.  Seu amor e respeito a todo ser vivo ia a ponto de se insurgir contra a caça, o que, para muitos, consiste em simples passatempo, esporte, enfim!

Para avaliarmos o gênio de Julio Verne, que vivia modesta e humildemente, basta dizer que supunham tratar-se de um pseudônimo escolhido por uma associação de escritores franceses.  E assim supunham simplesmente porque todos estavam convencidos de que ninguém seria capaz de assumir a paternidade de tantas idéias maravilhosas.

Nos seus romances existem alusões a automóveis, balões, submarinos, aeroplanos, referências a pavimentos móveis, à utilização do oxigênio como excitante, levantamentos geológicos, ar comprimido, motores elétricos, alimentos condensados, etc., etc., coisas que, na época, eram verdadeiras utopias.  Na obra “Robur, o Conquistador”, Julio Verne faz previsão e apologia do helicóptero.

Conta-nos George Waltz Junior várias passagens interessantes a respeito do nosso profeta, e dentre elas a seguinte:  “Um dia, dez anos depois da desencarnação de Julio Verne, o General Luis Hubert Lyautey, então Marechal da França, acabara de esboçar um plano militar destinado a um oficial administrativo.  – Mas General – disse o oficial -, está parecendo coisa saída de Julio Verne.”  Por um instante o General Lyautey balançou apenas a cabeça, concordando.  Mas, depois, replicou:

“- Sim, parece saído de Julio Verne, mas nesses vinte anos as nações que têm progredido, nada mais têm feito do que segui-lo.”

Essa frase, segundo a “Enciclopédia Britânica”, está assim redigida: – “Durante os últimos vinte anos o progresso dos povos tem consistido em realizar os romances de Julio Verne.”

Santos Dumont confessou que seu autor favorito fora Julio Verne.  “Em suas audaciosas concepções, eu via, disse Santos Dumont, a mecânica e a ciência das idéias futuras, quando o homem se ergueria, graças ao seu gênio, às alturas de um semideus.  Em, “A Casa a Vapor”, minha fé ingênua arrojava-se para dar as boas vindas ao triunfo dum automobilismo que, naqueles dias, ainda não possuía sequer um nome.”

No livro “Da Terra a Lua”, Verne nos oferece a descrição de um supertelescópio, construído com o intuito de acompanhar a marcha do projétil lunar através dos céus.

Hoje, nos Estados Unidos, no Estado de Califórnia, encontra-se montado o gigante Palomar, o maior telescópio do mundo!  Quem já não ouviu falar dos teleguiados, dos satélites artificiais?  Os homens já se preparam atualmente em promover viagens à Lua!

Necessariamente, estamos vivendo as época verniana, não de sonhos, mas da mais emocionante realidade!

Disse Julio Verne, num de seus últimos livros, intitulado “Eterno Adão”:

“A Química será levada a tal grau de aperfeiçoamento que tende a desaparecer para se confundir com a Física, não formando as duas ciências mais do que uma, tendo por objeto o estudo da energia imanente.”

 É o que hoje se verifica.

Para finalizarmos, reproduziremos da antiga revista “Vamos Ler”, em artigo de Olavo Bilac, o seguinte trecho:  “Daqui a anos, quando eu e os homens da minha idade já tivermos também entrado no escuro caminho por onde Julio Verne penetrou na paz – outros homens dirão o mesmo, e abençoarão o nome desse criador dos mundos maravilhosos!”

Fonte: O Mensageiro

Francisco Cândido Xavier

Francisco Candido Xavier

I – NASCIMENTO. SUA INICIAÇÃO ESPÍRITA

O maior e mais prolífico médium psicógrafo do mundo em todas as épocas nasceu em Pedro Leopoldo, modesta cidade de Minas Gerais, Brasil, em 2 de abril de 1910. Viveu, desde 1959, em Uberaba, no mesmo Estado. Completou o curso primário, apenas.

Pais: João Cândido Xavier e Maria João de Deus, desencarnados em 1960 e 1915, respectivamente. Infância difícil; foi caixeiro de armazém e modesto funcionário público, aposentado desde 1958.

Em 7 de maio de 1927 participa de sua primeira reunião espírita. Até 1931 recebe muitas poesias e mensagens, várias das quais saíram a público, estampadas à revelia do médium em jornais e revistas, como de autoria de F. Xavier. Nesse mesmo ano, vê, pela primeira vez, o Espírito Emmanuel, seu inseparável mentor espiritual até hoje.

 

II – O MENINO CHICO

Desde os 4 anos de idade o menino Chico teve a sua vida assinalada por singulares manifestações. Seu pai chegou, inclusive, a crer que o seu verdadeiro filho havia sido trocado por outro… Aquele seu filho era estranho!… De formação católica, o garoto orava com extrema devoção, conforme lhe ensinara D. Maria João de Deus, a querida mãezinha, que o deixaria órfão aos 5 anos.

Dentro de grandes conflitos e extremas dificuldades, o menino ia crescendo, sempre puro e sempre bom, incapaz de uma palavra obscena, de um gesto de desobediência.

As "sombras" amigas, porém, não o deixavam… Conversava com a mãezinha desencarnada, ouvia vozes confortadoras. Na escola, sentia a presença delas, auxiliando-o nas tarefas habituais.

O certo é que os seus primeiros anos o marcaram profundamente; ele nunca os esqueceu… A necessidade de trabalhar desde cedo para auxiliar nas despesas domésticas foi em sua vida, conforme ele mesmo o diz, uma bênção indefinível.

Sim, a doença também viera precocemente fazer-lhe companhia. Primeiro os pulmões, quando trabalhava na tecelagem; depois os olhos; agora é a angina.

 

III – COMEÇO DO SEU MEDIUMATO

Francisco Cândido Xavier (Chico Xavier) iniciou, publicamente, seu mandato mediúnico em 8 de julho de 1927, em Pedro Leopoldo. Contando 17 anos de idade, recebeu as primeiras páginas mediúnicas.

Em noite memorável, os Espíritos deram início a um dos trabalhos mais belos de toda a história da humanidade. Dezessete folhas de papel foram preenchidas, celeremente, versando sobre os deveres do espírita-cristão.

Depoimento de Chico Xavier:

(…) "Era uma noite quase gelada e os companheiros que se acomodavam junto à mesa me seguiram os movimentos do braço, curiosos e comovidos. A sala não era grande, mas, no começo da primeira transmissão de um comunicado do mais Além, por meu intermédio, senti-me fora de meu próprio corpo físico, emborajunto dele. No entanto, ao passo que o mensageiro escrevia as dezessete páginas que nos dedicou, minha visão habitual experimentou significativa alteração. As paredes que nos limitavam o espaço desapareceram. O telhado como que se desfez e, fixando o olhar no alto, podia ver estrelas que tremeluziam no escuro da noite. Entretanto, relanceando o olhar no ambiente, notei que toda uma assembléia de entidades amigas me fitavam com simpatia e bondade, em cuja expressão adivinhava, por telepatia espontânea, que me encorajavam em silêncio para o trabalho a ser realizado, sobretudo, animando-me para que nada receasse quanto ao caminho a percorrer."

 

IV – EMMANUEL E DUAS ORIENTAÇÕES PARA O RESTO DA VIDA

Emmanuel, nos primórdios da mediunidade de Chico Xavier, deu-lhe duas orientações básicas para o trabalho que deveria desempenhar. Fora de qualquer uma delas, tudo seria malogrado.

Eis a primeira.

– "Está você realmente disposto a trabalhar na mediunidade com Jesus?

– Sim, se os bons espíritos não me abandonarem… – respondeu o médium.

– Não será você desamparado – disse-lhe Emmanuel – mas para isso é preciso que você trabalhe, estude e se esforce no bem.

– E o senhor acha que eu estou em condições de aceitar o compromisso? – tornou o Chico.

– Perfeitamente, desde que você procure respeitar os três pontos básicos para o Serviço…

Porque o protetor se calasse o rapaz perguntou:

– Qual é o primeiro?

A resposta veio firme:

– Disciplina.

– E o segundo?

– Disciplina.

– E o terceiro?

– Disciplina."

 

A segunda mais importante orientação de Emmanuel para o médium é assim relembrada:

– "Lembro-me de que num dos primeiros contatos comigo, ele me preveniu que pretendia trabalhar ao meu lado, por tempo longo, mas que eu deveria, acima de tudo, procurar os ensinamentos de Jesus e as lições de Allan Kardec e, disse mais, que, se um dia, ele, Emmanuel, algo me aconselhasse que não estivesse de acordo com as palavras de Jesus e de Kardec, que eu devia permanecer com Jesus e Kardec, procurando esquecê-lo.

 

V – PRODUÇÃO LITERÁRIA

Em 1932 publica a FEB seu primeiro livro, o famoso "Parnaso de Além-Túmulo"; hoje as obras que psicografou vão a mais de 400. Várias delas estão traduzidas e publicadas em castelhano, esperanto, francês, inglês, japonês, grego, etc.

De moral ilibada, realmente humilde e simples, Chico Xavier jamais auferiu vantagens, de qualquer espécie, da mediunidade. Sua vida privada e pública tem sido objeto de toda especulação possível, na informação falada, escrita e televisionada. Ápodos e críticas ferinas, têm-no colhido de miúdo, sabendo suportá-los com verdadeiro espírito cristão. Viajou com o médium Waldo Vieira aos Estados Unidos e à Europa, onde visitaram a Inglaterra, a França, a Itália, a Espanha e Portugal, sempre a serviço da Doutrina Espírita.

Chico Xavier é hoje uma figura de projeção nacional e internacional, suas entrevistas despertam a atenção de milhares de pessoas, mesmo alheias ao Espiritismo; tem aparecido em programas de TV, respondendo a perguntas as mais diversas, orientando as respostas pelos postulados espíritas. Já recebeu o título de Cidadão Honorário de várias cidades: Rio Preto, São Bernardo do Campo, Franca, Campinas, Santos, Catanduva, em São Paulo; Uberlândia, Araguari e Belo Horizonte, em Minas Gerais; Campos, no Estado do Rio de Janeiro, etc., etc.

Dos livros que psicografou já se venderam mais de 12 milhões de exemplares, só dos editados pela FEB, em número de 88. "Parnaso de Além-Túmulo", a primeira obra publicada em 1932, provocou (e comprovou) a questão da identificação das produções mediúnicas, pelo pronunciamento espontâneo dos críticos, tais como Humberto de Campos, ainda vivo na época, Agripino Grieco, severo crítico literário, de renome nacional, Zeferino Brasil, poeta gaúcho, Edmundo Lys, cronista, Garcia Júnior, etc.

Prefaciando "Parnaso de Além-Túmulo", escreveu Manuel Quintão: "Romantismo, Condoreirismo, Parnasianismo, Simbolismo, aí se ostentam em louçanias de sons e de cores, para afirmar não mais subjetiva, mas objetivamente, a sobrevivência de seus intérpretes. É ler Casimiro e reviver ‘Primaveras’; é recitar Castro Alves e sentir ‘Espumas Flutuantes’; é declamar Junqueiro e lembrar a ‘Morte de D. João’; é frasear Augusto dos Anjos e evocar ‘Eu’." Romances históricos formam a série Romana, de Emmanuel, composta de: "Há 2000 Anos…", "50 Anos Depois", "Ave, Cristo!", "Paulo e Estevão", provocando a elaboração do "Vocabulário Histórico-Geográfico dos Romances de Emmanuel", de Roberto Macedo, estudo elucidativo dos eventos históricos citados nas obras. "Há 2000 Anos…" é o relato da encarnação de Emmanuel à época de Jesus.

De Humberto de Campos (Espírito), aparece, em 1938, o profético e discutido "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", uma história de nossa pátria e dos fatos e ela ligados, em dimensão espiritual.

A série André Luiz é reveladora, doutrinária e científica; com obras notáveis e a maioria completa, no tocante à vida depois da desencarnação, obras anteriores, de Swedenborg, A. Jackson Davis, Cahagnet, G. Vale Owen e outros. Pertencem a essa série: "Nosso Lar", "Os Mensageiros", "Missionários da Luz", "Obreiros da Vida Eterna", "No Mundo Maior", "Agenda Cristã", "Libertação", "Entre a Terra e o Céu", "Nos Domínios da Mediunidade", "Ação e Reação", "Evolução em dois Mundos", "Mecanismos da Mediunidade", "Conduta Espírita", "Sexo e Destino", "Desobsessão", "E a Vida Continua…".

De parceria com o médium Waldo Vieira, Chico Xavier psicografou 17 obras. A extraordinária capacidade mediúnica de Chico Xavier está comprovada pela grande quantidade de autores espirituais, da mais elevada categoria, que por seu intermédio se manifestam.

Vários de seus livros foram adaptados para encenação no palco e sob a forma de radionovelas e telenovelas. O dom mediúnico mais conhecido de Francisco Xavier é o psicográfico. Não é, todavia, o único. Tem ele, e as exercita constantemente, outras mediunidades, tais como: psicofonia, vidência, audiência, receitista, e outras.

Sua vida, verdadeiramente apostolar, dedicou-a, o médium, aos sofredores e necessitados, provindos de longínquos lugares, e também aos afazeres medianeiros, pelos quais não aceita, em absoluto, qualquer espécie de paga. Os direitos autorais ele os tem cedido graciosamente a várias Editoras e Casas Espíritas, desde o primeiro livro.

Sua vida e sua obra têm sido objeto de numerosas entrevistas radiofônicas e televisadas, e de comentários em jornais e revistas, espíritas ou não, e em livros dos quais podemos citar: o opúsculo intitulado "Pinga-Fogo, Entrevistas", obra publicada pelo Instituto de Difusão Espírita, de Araras; "Trinta Anos com Chico Xavier", de Clóvis Tavares; "No Mundo de Chico Xavier", de Elias Barbosa; "Lindos Casos de Chico Xavier", de Ramiro Gama; 40Anos no Mundo da Mediunidade", de Roque Jacinto; "A Psicografia ante os Tribunais", de Miguel Timponi; "Amor e Sabedoria de Emmanuel", de Clóvis Tavares; "Presença de Chico Xavier", de Elias Barbosa; "Chico Xavier Pede Licença", de Irmão Saulo, pseudônimo de Herculano Pires; "Nosso Amigo Xavier", de Luciano Napoleão; "Chico Xavier, o Santo dos Nossos Dias" e "O Prisioneiro de Cristo", de R. A. Ranieri; “Chico Xavier – Mandato de Amor”, da U.E.M.; “As Vidas de Chico Xavier”, de Marcel Souto Maior, etc. .

 

VI – O CASO HUMBERTO DE CAMPOS

Desencarnado em 1934 o festejado escritor brasileiro Humberto de Campos, o Espírito deste iniciou, em 1937, pela mediunidade de Chico Xavier, a transmissão de várias obras de crônicas e reportagens, todas editadas pela Federação Espírita Brasileira, entre as quais sobressai “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”.

Eis senão quando, em 1944, a viúva de Humberto de Campos ingressa em juízo, movendo um processo, que se torna célebre, contra a Federação Espírita Brasileira e Francisco Cândido Xavier, no sentido de obter uma declaração, por sentença, de que essa obra mediúnica “é ou não do ‘Espírito’ de Humberto de Campos”, e que em caso afirmativo, se apliquem as sanções previstas em Lei.

O assunto causou muita polêmica e, durante um bom tempo, ocupou espaço nos principais periódicos do País.

Para que tenhamos uma idéia do que representou o referido processo na divulgação dos postulados espíritas, resumimos aqui alguns dos principais depoimentos da época extraídos da obra do Dr. Miguel Timponi, o principal advogado que trabalhou na defesa do médium e da FEB. Antes, porém, sintamos a beleza das palavras a seguir, enfeixadas no livro A Psicografia ante os Tribunais:

"Entretanto, lá do Nordeste, desse Nordeste de encantamentos e de mistérios, a voz cheia de ternura e de emoção, de uma velhinha santificada pela dor e pelo sofrimento, D. Ana de Campos Veras, extremosa mãe do querido e popular escritor, rompeu o silêncio para ofertar ao médium de Pedro Leopoldo a fotografia do seu próprio filho, com esta expressiva dedicatória: ‘Ao Prezado Sr. Francisco Xavier, dedicado intérprete espiritual do meu saudoso Humberto, ofereço com muito afeto esta fotografia, como prova de amizade e gratidão.

Da crª. atª.

Ana de Campos Veras

Parnaíba, 21-5-38.’

Conforme se vê da edição de ‘O Globo’ de 19 de julho de 1944, essa exma. senhora confirma que o estilo é do seu filho e assegura ao redator de ‘O Povo’ e ‘Press Parga’: "- Realmente – disse dona Ana Campos – li emocionada as Crônicas de Além-Túmulo, e verifiquei que o estilo é o mesmo de meu filho. Não tenho dúvidas em afirmar isso e não conheço nenhuma explicação científica para esclarecer esse mistério, principalmente se considerarmos que Francisco Xavier é um cidadão de conhecimentos medíocres. Onde a fraude? Na hipótese de o Tribunal reconhecer aquela obra como realmente da autoria de Humberto, é claro que, por justiça, os direitos autorais venham a pertencer à família. No caso, porém, de os juízes decidirem em contrário, acho que os intelectuais patriotas fariam ato de justiça aceitando Francisco Cândido Xavier na Academia Brasileira de Letras… Só um homem muito inteligente, muito culto, e de fino talento literário, poderia ter escrito essa produção, tão identificada com a de meu filho."

Na noite de 15 de julho de 1944, quando o processo atingia o clímax, o Espírito Humberto de Campos retorna pelo lápis do médium Chico Xavier, tecendo, no seu estilo inconfundível, uma belíssima e emocionante página sobre o triste problema levantado pela incompreensão humana, página que pode ser devidamente apreciada no livro "A Psicografia ante os Tribunais".

Daí por diante, ele passou a assinar-se, simplesmente, Irmão X, versão evangelizada do Conselheiro XX, como era conhecido nos meios literários quando encarnado. A Autora, D. Catarina Vergolino de Campos, foi julgada carecedora da ação proposta, por sentença de 23 de agosto de 1944, do Dr. João Frederico Mourão Russell, juiz de Direito em exercício na 8ª Vara Cível do antigo Distrito Federal. Tendo ela recorrido dessa sentença, o Tribunal de Apelação do antigo DF manteve-a por seus jurídicos fundamentos, tendo sido relator o saudoso ministro Álvaro Moutinho Ribeiro da Costa.

 

VII – O AMOR DE CHICO XAVIER POR JESUS

Depoimento de Chico Xavier:

"(…) Deus nos permita a satisfação de continuar sempre trabalhando na Grande Causa d’Ele, Nosso Senhor e Mestre.

Desde criança, a figura do Cristo me impressiona. Ao perder minha mãe, aos cinco janeiros de idade, conforme os próprios ensinamentos dela, acreditei n’Ele, na certeza de que Ele me sustentaria. Conduzido a uma casa estranha, na qual conheceria muitas dificuldades para continuar vivendo, lembrava-me d’Ele, na convicção de que Ele era um amigo poderoso e compassivo que me enviaria recursos de resistência e ao ver minha mãe desencarnada pela primeira vez, com o cérebro infantil sem qualquer conhecimento dos conflitos religiosos que dividem a Humanidade, pedi a ela me abençoasse segundo o nosso hábito em família e lembro-me perfeitamente de que perguntei a ela:

– Mamãe, foi Jesus que mandou a senhora nos buscar?

Ela sorriu e respondeu:

– Foi sim, mas Jesus deseja que vocês, os meus filhos espalhados, ainda fiquem me esperando…

Aceitei o que ela dizia, embora chorasse, porque a referência a Jesus me tranqüilizava. Quando meu pai se casou pela segunda vez e a minha segunda mãe mandou me buscar para junto dela, notando-lhe a bondade natural, indaguei:

– Foi Jesus quem enviou a senhora para nos reunir?

Ela me disse:

– Chico, isso não sei…

Mas minha fé era tamanha que respondi:

– Foi Ele sim… Minha mãe, quando me aparece, sempre me fala que Ele mandaria alguém nos buscar para a nossa casa.

E Jesus sempre esteve e está em minhas lembranças como um Protetor Poderoso e Bom, não desaparecido, não longe mas sempre perto, não indiferente aos nossos obstáculos humanos, e sim cada vez mais atuante e mais vivo."

 

VIII – ISMAEL

Não se pode negar o sentimento de veneração que envolve a nobre figura de Ismael, guia espiritual do Brasil. A responsabilidade que detém, na condição de mentor da Federação Espírita Brasileira suscita, da parte da comunidade espírita nacional, um profundo respeito, aliado a um imenso carinho e uma suave ternura.

Certa vez, indagaram a Chico Xavier:

– Como se processam os encontros, nas esferas resplandecentes da Espiritualidade, de Emmanuel com Ismael? Qual a postura do admirável Espírito do ex-senador romano, diante da também luminosa entidade a quem confiou Jesus os destinos do Brasil?

Resposta do médium, curta, serena e firme:

– De joelhos!

 

IX – BREVES DEPOIMENTOS SOBRE O MÉDIUM CHICO XAVIER

 “A bibliografia mediúnica, que foi acrescida à literatura espírita, nestes últimos cinqüenta anos, nascida do lápis de Chico Xavier – e o espaço não nos permite, sequer, considerações ligeiras sobre suas páginas -, é vultosa, considerável. É qualitativamente admirável. Poderíamos, sem dificuldade, num exame sereno e com absoluta isenção, dividir a obra mediúnica, orientada por Emmanuel, igualmente em fases perfeitamente delineadas, dentro de duas grandes divisões: a primeira, provando a sobrevivência e a imortalidade do espírito – ‘Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho’ – seguida de uma panorâmica da História universal – ‘A Caminho da Luz’ e de alguns manuais do maior valor: ‘Emmanuel, Dissertações Mediúnicas’, ‘O Consolador’, ‘Roteiro’, etc. Enfim, muitos estudos interessantes e instrutivos virão, a seu tempo. E a obra de Francisco Cândido Xavier, criteriosamente traduzida, estará, tempestivamente, à disposição dos leitores do mundo inteiro, juntamente com a de Allan Kardec e da dos autores que cuidaram dos escritos subsidiários e complementares da Codificação.

Mas, enquanto isso, e para que tudo ocorra com a tranqüilidade que se almeja na difusão conscienciosa e responsável da Doutrina dos Espíritos, seria de bom alvitre não perder de vista o fato de que Chico Xavier jamais teria obtido êxito, como instrumento do Alto, se não tivesse seguido a rígida disciplina que lhe foi sugerida por Emmanuel, testemunhando e permanecendo na exemplificação do amor ao próximo e do amor a Deus, vivendo o Evangelho.

Francisco Thiesen Presidente da Federação Espírita Brasileira"

(Fonte: "Revista Internacional de Espiritismo", número 6, Ano LII, julho de 1977.)

 

"…Não me considero à altura para escrever algo sobre o Chico. Dele, dão testemunho (e que testemunho!) as belas obras que semeou e semeia por esse Brasil afora, com reflexos benéficos em diversas nações do mundo. E quando digo ‘obras’, refiro-me não só à palavra escrita e falada, como também aos seus exemplos de caridade, de perdão, de fé, de humildade, aos seus diálogos fraternos e frutíferos, enfim, à sua multiforme vivência evangélica junto a pobres e ricos, num trabalho diário de edificação e levantamento de espíritos."

"Conheço o Chico há bastante tempo. Nos seus livros mediúnicos encontrei forças, luz e paz, e através de suas cartas pude senti-lo e amá-lo bem no fundo do seu ser. Por várias vezes chorei com suas preocupações e sua dor, vivendo-lhe as graves responsabilidades e lamentando a incompreensão dos homens. Mas sempre orei pedindo ao Senhor que não lhe tirasse o pesado fardo dos ombros e, sim, que o ajudasse a carregá-lo. Graças a Deus, o nosso caro Chico tem vencido todas as dificuldades e todos os óbices do caminho, numa maratona hercúlea que realmente o dignifica aos olhos dos homens e aos olhos do Pai."

(Trechos da carta do Sr. Zêus Wantuil, 3° secretário da Federação Espírita Brasileira, à presidente da União Espírita Mineira)

(Fonte: "O Espírita Mineiro", número 172, maio/julho de 1977.)

 

X – A PALAVRA DE CHICO XAVIER AO COMPLETAR QUARENTA ANOS DE MEDIUNIDADE (1967)

"Estes quarenta anos de mediunidade passaram para o meu coração como se fossem um sonho bom. Foram quarenta anos de muita alegria, em cujos caminhos, feitos de minutos e de horas, de dias, só encontrei benefícios, felicidades, esperanças, otimismo, encorajamento da parte de todos aqueles que o Senhor me concedeu, dos familiares, irmãos, amigos e companheiros.

Quarenta anos de felicidade que agradeço a Deus em vossos corações, porque sinto que Deus me concedeu nos vossos corações, que representam outros muitos corações que estão ausentes de nós. Agora, sinto que Deus me concedeu por vosso intermédio uma vida tocada de alegrias e bênçãos, como eu não poderia receber em nenhum outro setor de trabalho na Humanidade. Beijo-vos, assim, as mãos, os corações. Quanto ao livro, devo dizer que, certa feita, há muitos anos, procurando o contato com o Espírito de nosso benfeitor Emmanuel, ao pé de uma velha represa, na terra que me deu berço na presente encarnação, muitas vezes chegava ao sítio, pela manhã, antes do amanhecer. E quando o dia vinha de novo, fosse com sol, fosse com chuva, lá estava, não muito longe de mim, um pequeno charco. Esse charco, pouco a pouco se encheu de flores, pela misericórdia de Deus, naturalmente. E muitas almas boas, corações queridos, que passavam pelo mesmo caminho em que nós orávamos, colhiam essas flores, e as levavam consigo com transporte de alegria e encantamento. Enquanto que o charco era sempre o mesmo charco. Naturalmente, esperando também pela misericórdia de Deus, para se transformar em terra proveitosa e mais útil. Creio que nesses momentos, em que ouço as palavras desses corações maravilhosos, que usaram o verbo para comentar o aparecimento desses cem livros, agora cento e dois livros, lembro este quadro que nunca me saiu da memória, para declarar-vos que me sinto na condição do charco que, pela misericórdia de Deus, um dia recebeu essas flores que são os livros, e que pertencem muito mais a vós outros do que a mim. Rogo, assim, a todos os companheiros, que me ajudem através da oração, para que a luta natural da vida possa drenar a terra pantanosa que ainda sou, na intimidade do meu coração, para que eu possa um dia servir a Deus, de conformidade com os deveres que a Sua infinita misericórdia me traçou. E peço, então, permissão, em sinal de agradecimento, já que não tenho palavras para exprimir a minha gratidão. Peço-vos, a todos, licença para encerrar a minha palavra despretensiosa, com a oração que Nosso Senhor Jesus Cristo nos legou."

(Fonte: "O Espírita Mineiro", número 137, abril/maio/junho de 1970.)

 

XI – NA TAREFA MEDIÚNICA

"Pergunta – Em seu primeiro encontro com Emmanuel, ele enfatizou muito a disciplina. Teria falado algo mais? Resposta – Depois de haver salientado a disciplina como elemento indispensável a uma boa tarefa mediúnica, ele me disse:

‘Temos algo a realizar.’ Repliquei de minha parte qual seria esse algo e o benfeitor esclareceu: ‘Trinta livros pra começar!’

Considerei, então: como avaliar esta informação se somos uma família sem maiores recursos, além do nosso próprio trabalho diário, e a publicação de um livro demanda tanto dinheiro!… Já que meu pai lidava com bilhetes de loteria, eu acrescentei: será que meu pai vai tirar a sorte grande? Emmanuel respondeu: ‘Nada, nada disso. A maior sorte grande é a do trabalho com a fé viva na Providência de Deus. Os livros chegarão através de caminhos inesperados!’

Algum tempo depois, enviando as poesias de ‘Parnaso de Além- Túmulo’ para um dos diretores da Federação Espírita Brasileira, tive a grata surpresa de ver o livro aceito e publicado, em 1932. A este livro seguiram-se outros e, em 1947, atingimos a marca dos 30 livros.

Ficamos muito contentes e perguntei ao amigo espiritual se a tarefa estava terminada. Ele, então, considerou, sorrindo: ‘Agora, começaremos uma nova série de trinta volumes!’ Em 1958, indaguei-lhe novamente se o trabalho finalizara. Os 60 livros estavam publicados e eu me encontrava quase de mudança para a cidade de Uberaba, onde cheguei a 5 de janeiro de 1959. O grande benfeitor explicou-me, com paciência: ‘Você perguntou, em Pedro Leopoldo, se a nossa tarefa estava completa e quero informar a você que os mentores da Vida Maior, perante os quais devo também estar disciplinado, me advertiram que nos cabe chegar ao limite de cem livros.’ Fiquei muito admirado e as tarefas prosseguiram.

Quando alcançamos o número de 100 volumes publicados, voltei a consultá-lo sobre o termo de nossos compromissos. Ele esclareceu, com bondade: ‘Você não deve pensar em agir e trabalhar com tanta pressa. Agora, estou na obrigação de dizer a você que os mentores da Vida Superior, que nos orientam, expediram certa instrução que determina seja a sua atual reencarnação desapropriada, em benefício da divulgação dos princípios espírita-cristãos, permanecendo a sua existência, do ponto de vista físico, à disposição das entidades espirituais que possam colaborar na execução das mensagens e livros, enquanto o seu corpo se mostre apto para as nossas atividades.’

Muito desapontado, perguntei: então devo trabalhar na recepção de mensagens e livros do mundo espiritual até o fim da minha vida atual?

Emmanuel acentuou: ‘Sim, não temos outra alternativa!’ Naturalmente, impressionado com o que ele dizia, voltei a interrogar: e se eu não quiser, já que a Doutrina Espírita ensina que somos portadores do livre arbítrio para decidir sobre os nossos próprios caminhos? Emmanuel, então, deu um sorriso de benevolência paternal e me cientificou: ‘A instrução a que me refiro é semelhante a um decreto de desapropriação, quando lançado por autoridade na Terra. Se você recusar o serviço a que me reporto, segundo creio, os orientadores dessa obra de nos dedicarmos ao Cristianismo Redivivo, de certo que eles terão autoridade bastante para retirar você de seu atual corpo físico!’

Quando eu ouvi sua declaração, silenciei para pensar na gravidade do assunto, e continuo trabalhando, sem a menor expectativa de interromper ou dificultar o que passei a chamar de ‘Desígnios de Cima.’ "

(Fonte: "O Espírita Mineiro", número 205, abril/junho de 1988.)

 

XII – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em 1997, Chico Xavier completou 70 anos de incessante atividade mediúnica, da maior significação espiritual, em prol da Humanidade, abrangendo seus mais diversos segmentos.

Até a presente data, outubro de 1997, Francisco Cândido Xavier psicografou mais de 400 (quatrocentas) obras mediúnicas, de centenas de autores espirituais, abarcando os mais diversos e diferentes assuntos, entre poesias, romances, contos, crônicas, história geral e do Brasil, ciência, religião, filosofia, literatura infantil, etc.

Dias e noites têm sido por ele ofertados aos seus semelhantes, com sacrifício da própria saúde. Problemas orgânicos acompanharam-lhe a mocidade e a madureza. Hoje, nos abençoados 87 anos de sua vida corporal, as dificuldades físicas continuam trazendo-lhe problemas. Releva observar que as doenças oculares a as intervenções cirúrgicas jamais o impediram de cumprir, fiel e dignamente, sua missão de amparo aos necessitados. Sua postura é uma só, obedece a uma só diretriz: amor ao próximo, desinteresse ante os bens materiais, preocupação exclusiva e constante com a felicidade do próximo.

Ricos e pobres, velhos e crianças, homens e mulheres de todos os níveis sociais têm encontrado, no homem e no médium Chico Xavier, tudo quanto necessitam para o reajuste interior, para o crescimento, em função do conhecimento e da bondade.

Francisco Cândido Xavier é um presente do Alto ao século XX, enriquecendo-lhe os valores com a sua vida de exemplar cidadão, com milhares de mensagens psicográficas que, em catadupas de paz e luz, amor e esclarecimento, vêm fertilizando o solo planetário, sob a luminar supervisão do Espírito Emmanuel.

 

NOTA DA FEB – No presente trabalho, foram consultadas e utilizadas as seguintes obras:

A Psicografia ante os Tribunais. / Miguel Timponi. / FEB – 5ª ed., 1978.

Brasil, Mais Além! / Duílio Lena Bérni. / FEB – 5ª ed., 1994.

Chico Xavier – Mandato de Amor. / União Espírita Mineira, 1992.

Chico Xavier – Mediunidade e Coração. / Carlos A. Bacelli. /

Instituto Divulgação Ed. André Luiz, 1985.

Espiritismo Básico. / Pedro Franco Barbosa. / FEB – 4ª ed., 1995

Chopin

Frederico Francisco Chopin, na opinião de Kleczynski, foi antes uma alma que se revelava do que um músico.  Só conseguia improvisar quando se encontrava sob a ação mediúnica, tanto assim que muitas vezes, ao colocar os dedos no teclado, a improvisação era deveras surpreendente, ao passo que vezes outras permanecia extático, sem que desse teclado conseguisse tirar um só acorde que fosse.

Quando criança ainda fazia-se ouvir, em suas improvisações, no salão do Grão-Duque Constantino, ocasião em que ficava com o olhar perdido no espaço.  O Grão-Duque, certo dia, perguntou-lhe:

– Meu menino, por que olhas sempre para cima?  Será que lá vês as notas que compõem as melodias que executas?

Chopin foi indiscutivelmente um médium de muita sensibilidade, haja vista o fato de ele permanecer muitas vezes diante do piano, com o olhar perdido no infinito, extremamente pálido, e, quando alguma pessoa amiga o surpreendia nessas ocasiões, ele, só depois de alguns instantes, conseguira reconhecê-la.  Durante e após essas crises de exaltação nervosa, na opinião da época, pois que tais crises nada mais eram que simples êxtases, é que ele compunha suas magistrais páginas.  Há que afirme que diversos de seus Prelúdios nasceram dessas angústias, isto é, desses transes mediúnicos.

Quando Chopin iniciou seu primeiro concerto em Paris, estavam presentes Liszt e Mendelssohn e ambos compreenderam, desde logo, conforme escreveram seus biógrafos Henry Thomas e Dana Lee Thomas, que era Deus que falava pelos dedos de Chopin!

Na Maiorca, a maior das ilhas Baleares, esteve ele certa ocasião em vilegiatura, habitando velho casarão que servira de convento cem anos antes.  Pois bem, nesse velho casarão via ele, com freqüência, fantasmas de frades que andavam pelos corredores escuros, e ouvia cânticos religiosos.

As suas valsas, tão suaves, fazem que o Espírito experimente ânsias de abandonar os grilhões que o prendem ao corpo carnal, a ponto de Ehlert denominá-las de “danças da alma e não do corpo”.

Chopin, não obstante ter sido educado na religião católica, como era natural que assim o fosse, naquele tempo, sentia, através de seus dotes medianímicos, que a vida prosseguia exuberante além da campa, porque ele via Espíritos, ouvia as magnificentes harmonias siderais e também o cântico extasiante entoado pelas almas resplendentes de luz, e, por isso, evitava externar-se sobre assuntos de religião.

– Para não magoar minha mãe – manifestou ele ao Abade Jelowick -, não quero morrer sem os sacramentos, mas, devo dizer-lhe que não os compreendo naquele sentido que a Igreja lhes empresta.

Até o último instante de permanência na Terra, não vacilou na sua crença “nesse outro dia que viria após a noite”.

São admiráveis estas suas derradeiras palavras:

– Quando eu me tiver ido, toquem um pouco de música para mim, pois sei que hei de ouvi-la no Além.

Soavam 2 horas da madrugada do dia 17 de outubro de 1849, quando o Espírito Frederico Francisco Chopin se desprendeu do invólucro carnal, e a “Presse”, de Paris, em seu número de 05 de novembro de 1849, referindo-se à sua desencarnação, assim terminou o artigo: – “A imortalidade começou cedo para ti e, melhor que nós, já sabes onde devem desabrochar depois desta triste vida, os grandes pensamentos e sublimes aspirações”.

Foi, indiscutivelmente, um médium, um missionário que, com sua música, nos deixou uma fonte de sonoridades para reconforto de nossas almas neste mundo de tanto egoísmo, brutalidade, ambição!

 

Fonte: O mensageiro

Livro: Grandes Vultos da Humanidade e o Espiritismo